cidadania

Morador constrói sistema de drenagem para evitar alagamentos em área de risco

Dandara Flores Aranguiz

Fotos: Renan Mattos (Diário)

Os problemas constantes com alagamentos a cada chuva mais intensa motivaram o motorista Oziel Castro de Lima, 40 anos, a fazer mais pela comunidade onde vive e nasceu. Morador de uma área monitorada e considerada de risco pela Defesa Civil, a Vila Bilibio, no Bairro Km 3, ele resolveu mudar uma realidade por conta própria, após vivenciar de perto os transtornos ocasionados após temporais.  

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Há mais ou menos cinco anos, depois que parte do barranco que fica ao lado do terreno em que vive com a família cedeu e abriu, provocando um deslizamento de terra, ele resolveu colocar a mão na massa: aos poucos, comprou tubos, cimento e areia e, com muita boa vontade e determinação em fazer a diferença, conseguiu aterrar a fenda no terreno e recuperar a área com a implementação de um sistema de condução superficial de água pluvial feito por ele mesmo.

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- A água descia atrás da minha casa, invadia a rua toda. Quando desabou o barranco, eu percebi que a gente não pode só esperar pelos outros, pela prefeitura. Eu, como cidadão, tenho que fazer a minha parte. Se eu fosse esperar por ajuda de alguém, tinha caído tudo e eu ia ter que sair daqui, que nem aconteceu com outras famílias daqui. O mais beneficiado em continuar morando aqui sou eu, e hoje eu estou colhendo o que plantei - destaca o motorista.


Durante os períodos de folga e de férias do trabalho, Oziel carregou terra, plantou mudas de taquara para as raízes segurarem a terra e não ocasionar mais nenhum deslizamento, plantou outras dezenas de mudas de árvores frutíferas doadas pela Defesa Civil para fazer o reflorestamento da área e seguia à risca cada orientação dada pelo coordenador do órgão, Cladmir Nascimento, para fazer a drenagem da água da chuva.

- O Oziel é um exemplo de pessoa interessada pelo meio ambiente e seu local de moradia. Tínhamos um problema de movimento de massa do terreno próximo a sua residência com fissura de solo, mas com a dedicação e o trabalho voluntário, ele construiu condutores de águas fazendo com que ela desviasse da área afetada e fez o plantio de árvores frutíferas. Hoje, ele pode ver a natureza se recuperando com a sua ajuda - aponta Cladmir.

Ao todo, são 80 metros de tubulação, que percorre a Rua Marconi Mussoi e desce até parte da encosta do morro, sem provocar erosão no solo, como antigamente.

- Não é fácil, tinha horas que eu pensava em desistir, mas, ao mesmo tempo, eu pensava no meu filho, na minha esposa, na minha casa... não queria perder tudo por preguiça. Então, eu levantava no outro dia e recomeçava. Hoje, eu sento aqui, tomo meu chimarrão e é bonito admirar, de manhã cedo, os jacus e os tucanos comendo abacate. Nada disso tinha antes, é a coisa mais linda ver os bichinhos - conta.

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